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Político que não comunica…

Eleição é o período legalmente definido em que é permitida a comunicação com finalidade de captação de apoios. Em tempos eleitorais os candidatos a todos os cargos, de presidente de sindicato local a representante no legislativo federal, por meio da propaganda e da comunicação, centram esforços e recursos na conquista de votos suficientes que o elejam ao cargo em disputa. Fazendo uso diário e maciço dos meios para ampliarem a difusão de sua mensagem, visando persuadir o eleitor de que ele, e não seu(s) opositor(es), tem o melhor projeto e as melhores propostas conforme o futuro almejado.

Passada a eleição, contudo, a maioria se “esquece” de comunicar. Sendo este motivo uma das razões da atual descrença da classe política perante a sociedade. Normalmente rodeado de pessoas que acabam por trazer uma verdade distorcida através da unanimidade característica do ambiente de gabinetes, o eleito passa a vivenciar um dia-a-dia distante da sociedade. Afastado e incomunicável, acaba por perceber o erro cometido, na maioria das vezes, quando não há mais a ser feito, após o resultado da próxima eleição.

Comunicação é o ar que o político respira e, por isso, mais que uma obrigação baseada no que rege a Constituição, a manutenção constante dos laços através da informação das demandas da população e do que o representante eleito está fazendo, ou do que está tentando fazer, se torna um pré-requisito de sua própria sobrevivência política.

É durante o mandato, maior arma que um político pode ter, que a comunicação deve ser exercida em sua plenitude. Por mais que o político faça, se não comunicar, ele não fez. Por outro lado, mandatos que abusam de propaganda sem realmente terem o que mostrar, se equivocam ao tentar vender algo que a realidade mostra não ser condizente. A “não-comunicação” e a “comunicação do vazio” são os piores erros que um mandatário pode cometer.

Comunicação política é participação, devendo ser um diálogo aberto em que se priorizam os interesses das pessoas. Estabelecendo um vínculo de mensagens para a identificação das ações que atendam os anseios sociais. Comunicação sem participação não é conversa, é monólogo.

Dessa forma, a comunicação é aliado insubstituível, em que mais do que quantidade o que vale é a qualidade. Onde muito além de “martelar” uma idéia, o que conta é a relevância e os meios utilizados para atingir da maneira eficiente o seu público alvo. A boa comunicação política facilita o diálogo entre mandatários e cidadãos, gerando conhecimento mútuo de suas ações, problemas e desejos. Compartilhando expectativas por meio do intercâmbio de informações, consolidando e legitimando a democracia.

Um mandato que não realiza e não comunica, está fadado ao fracasso. Uma vez que da mesma forma que o eleito conquistou sua vaga “nos braços do povo”, também por meio deles pode deixá-la de maneira a nunca mais alcançá-los novamente. Afinal, quem não comunica…

 Por Leandro Grôppo

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