Na mídia

Pandemia do coronavírus vai transformar as campanhas políticas

Jornal A Tarde – 30/07/2020

A pandemia do novo coronavírus deve afetar a forma e o modo de realização das campanhas políticas no Brasil em 2020. A necessidade de distanciamento social e a proibição de aglomerações como medida para evitar a propagação do vírus reduzirão o chamado “corpo a corpo” entre os candidatos e eleitores, tornando o ambiente digital, redes sociais e aplicativos de mensagem, um espaço seguro para transmissão de propostas e para realização de eventos e debates.

Novos cenários

Com mais de 20 anos de atividade em campanhas eleitorais, o especialista em Comunicação e Marketing Político, Leandro Grôppo, falou sobre o tema. Em 2018, Grôppo atuou na campanha que resultou na eleição do governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo). Para ele, o ambiente das eleições em 2020 deve ser de redução de ações presenciais, já que o cenário que se desenha é de que “não teremos vacina até dezembro”.

“Teremos a impossibilidade de eventos com aglomeração”, lembra Grôppo. “Nas cidades menores, onde são realizados comícios, encontros, grandes reuniões, esses eventos não poderão ocorrer. Se algum candidato insistir na ideia de promover aglomerações, poderá ser visto com maus olhos pelos eleitores”, pondera ele, que é pós-graduado em Gestão Pública pela Escola Nacional de Administração Pública e consultor da Strattegy Comunicação & Marketing Político.

Em um ambiente de um boom de candidaturas utilizando as redes sociais, o consultor da Strattegy Comunicação & Marketing Político pontua que o diferencial será, “como sempre ocorreu”, o uso da “mensagem correta”, que vem de uma análise conjectural que vai ao encontro do anseio dos eleitores.

“A ferramenta não substitui a mensagem certa que o eleitor quer ouvir”, explica Grôppo. O especialista em campanha eleitoral dá o exemplo da campanha do ex-governador de São Paulo à presidência da República, Geraldo Alckmin (PSDB), que mesmo com maior tempo de TV por conta de uma coligação, terminou com 5% dos votos válidos.

“(Alckmin)tinha a melhor ferramenta, mas não tinha a mensagem correta dentro da conjuntura, não era a que o eleitor queria. Nas redes sociais o importante não é postar toda hora, é postar com relevância para aumentar o engajamento; Identificar a mensagem correta é fundamental”, diz ele.

Fonte: Jornal A Tarde (Salvador-BA)

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