Artigos

Pesquisas: muito além da “corrida eleitoral”

A pesquisa de opinião pública é instrumento fundamental no marketing político e eleitoral. As pesquisas (quantitativa e qualitativa) permitem conhecer os sensores dos diferentes segmentos do eleitorado, suas demandas, anseios, desejos e atitudes frente aos possíveis candidatos. Auxiliando, dessa forma, a traçar estratégias para adequar ou corrigir imagens, identificar prioridades, decepções, rejeições e expectativas conforme a conjuntura político-social.

É através dela que será possível identificar e compreender as preferências dos eleitores, levantando dados essenciais para a montagem da estrutura comunicacional de campanha e, bem como, a formulação básica das propostas e ações de governo. Contudo, uma pesquisa de intenção de voto não trás informação relevante para o marketing se não for analisada em conjunto com outros dados como o nível de conhecimento, grau de rejeição, imagem projetada e potencial de crescimento dos candidatos.

Neste sentido, erro muito comum é a escolha do candidato através de pesquisa com o dado único de quem está à frente no índice de intenção de votos naquele momento. Em municípios onde, por exemplo, um grupo tem de escolher entre possíveis nomes a concorrer, é usual ouvirmos que “quem estiver na frente, será o candidato”. Um erro banal e que, na maioria das vezes, custa caro. Pois, na montagem de estratégia e candidaturas, o ponto de partida, ou quem está à frente, é secundário. Enquanto que o dado primordial é o potencial de chegada, ou até onde determinado candidato poderá alcançar.

Exemplos que comprovam tal afirmação são inúmeros e espalhados por todo o Brasil. Se o PT fosse “preocupar” com o ponto de partida de Dilma em 2010, muito provavelmente essa não seria hoje a Presidente do país. Da mesma forma que se o PSDB desse voz à intenção de votos momentânea no início daquele mesmo ano, é bem provável que Antônio Anastasia não tivesse se tornado governador de Minas Gerais.

A tarefa de investigar os desejos do eleitor e decifrar seus anseios não é trivial e, por isso, não deve ser entregue a amadores.  A análise dos resultados de uma pesquisa bem elaborada revela muito mais que os dados tabulados, ou a simples “corrida” de “quem está na frente”. Pode revelar o potencial  da candidatura, o tema da campanha, elementos de discurso, o posicionamento do candidato e qual a melhor estratégia a utilizar. Comprovando-se que eleição não é “caixinha de surpresas”.

Campanhas que deixam para fazer pesquisas na última hora, ou faz errada, ou nem fazem, já saem perdendo por não compreender o que seu eleitorado espera da candidatura e deseja para a cidade. Da mesma forma, quando o ponto de partida se torna dado preponderante sobre o potencial de chegada, incorrendo no equívoco da análise passada sobre as possibilidades futuras. Erros crassos, mas ainda muito cometidos, que podem custar a campanha.

Por Leandro Grôppo

COMPARTILHE
WhatsApp
Telegram
Twitter
Facebook
LinkedIn
Email
Privacy Overview

This website uses cookies so that we can provide you with the best user experience possible. Cookie information is stored in your browser and performs functions such as recognising you when you return to our website and helping our team to understand which sections of the website you find most interesting and useful.