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O principal erro dos políticos após eleitos

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A atual rejeição à classe política brasileira é uma das maiores em nossa história democrática. Prova disso foram as últimas eleições municipais com recordes de votos nulos, brancos e abstenções em todo país. A crescente descrença do povo com seus representantes, a crise econômica e política e a série de denúncias diárias estão corroendo ainda mais a já desgastada imagem do “político tradicional”. Aceitar e entender esse contexto é extremamente importante para quem foi eleito recentemente.

Um dos principais motivos que levam o brasileiro a repudiar a política é a forma como ele se sente tratado pelos seus representantes. Lembrado na época da eleição e esquecido o restante dos anos. Quem nunca ouviu algo como: “Esses políticos só aparecem para pedir voto, depois somem”? O cidadão se sente “usado” e esquecido. E é aí que está o erro. Ao ganhar a eleição, depois de muito esforço e mobilização, muitos se acomodam com o cargo conquistado, se perdem na burocracia interna da gestão, adormecem o contato com suas bases, esquecem compromissos e negligenciam sua comunicação.

Depois de fazer uma intensa campanha pelas ruas, internet, televisão, rádio, mobilizando militantes e simpatizantes, o político vencedor não pode simplesmente virar as costas para todas essas pessoas que conseguiu unir ao longo da campanha. Mas é o que ocorre em muitos casos. O que não prejudica apenas a imagem dos políticos, também enfraquece a democracia com o afastamento do representante com o eleitor e com a conseqüente desconfiança da população em relação à política. Segundo pesquisa de 2016, do Instituto Latinobarómetro, apenas 32% dos brasileiros acreditam na democracia como melhor método de governo, um dos piores índices da América Latina.

É muito comum achar que, depois da eleição vencida, é tempo de “afrouxar os cintos”. A verdade é que no primeiro dia de posse se inicia uma nova campanha. E mesmo que o eleito não tenha pretensão de se reeleger, será preciso legitimar suas ações. Agora, com o mandato em mãos, é hora de manter o contato com os eleitores, ampliar sua base e comunicar seus projetos e trabalhos. Com isso, além de não frustrar os cidadãos com o tradicional distanciamento pós-vitória, o político conserva e amplia o prestígio conquistado nas urnas.

O mandato é a maior arma de um político, portanto, é necessário compreender que estreitar os laços com a sociedade é uma tarefa não apenas importante, mas necessária, devendo ser cumprida durante todos os dias, desde o primeiro até o último. Comunicação política é coisa séria, deve ser feita com planejamento e estratégia, não pode ser pensada apenas em momentos eleitorais. Fortalecer a proximidade, a transparência e a comunicação é meio fundamental para reduzir a rejeição à política e, principalmente, o melhor método para fortalecer a democracia.

Por Emílio de Sá e Leandro Grôppo

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