O exemplo do “candidato calouro”, aquele que entusiasticamente entra “com tudo” em sua primeira disputa eleitoral, é bastante comum em campanhas de qualquer cidade. Muitos “candidatos calouros”, interessados pelo processo político, incentivados por amigos, pelo líder partidário ou por interesses dos mais diversos, apostam todas as suas fichas na campanha eleitoral.
Acreditando que ser conhecido no bairro, cumprimentar a todos na rua e aparecer eventualmente nos programas eleitorais é a garantia do triunfo, utilizam-se de “armas infalíveis”, a exemplo do conhecimento interpessoal, como único instrumento para conquistar a vitória. Por vezes a empolgação é tamanha que chegam a se endividar na esperança de conseguir a vaga. Outros inclusive, por desconhecimento e ingenuidade, gastam todo o pouco recurso disponível ainda nas fases preliminares.
Terminada a campanha, pelos gastos de tempo e dinheiro, além do desgaste físico e emocional que uma eleição proporciona, a maioria dos “calouros” – muitos com boas idéias e intenções positivas – vai do sonho à dura realidade, penosa e cruel, em um verdadeiro “trote eleitoral”.
Após a derrota fragorosa, acabam se afastando da política e das campanhas eleitorais pela frustração da tentativa errônea, feita sem qualquer preparo ou planejamento prévio. Alguns até, injuriados, chegam a apontar os eleitores como culpados pela sua derrota, como se o problema residisse na ganância egoísta desses, e não na falta de planejamento e organização minimamente profissional da campanha. Perde o candidato, perde a cidade, perde a democracia.
O fato é que não há mais amadorismo em política, especialmente em eleições. Seja para qualquer cargo, das menores cidades e campanhas, até as maiores e mais ricas, o planejamento estratégico profissional é fundamental para trilhar o caminho da viabilidade eleitoral.
Uma campanha vitoriosa deve ser iniciada com antecipação em um planejamento criterioso, que defina as metas a curto e longo prazo, apontando o rumo a percorrer, da maneira mais eficiente e econômica, para se chegar ao lugar desejado: a vitória. Por outro lado, sem uma campanha eficaz, nenhum pretendente chega ao menos a disputar verdadeiramente uma eleição, pois, sem direção, se condena à derrota antecipada.
O marketing político-eleitoral está aí para isso, minimizar desperdícios de tempo, recursos e oportunidades, reduzindo as chances de erro e aumentando consideravelmente o grau de sucesso por meio de profissionalismo e estratégia. Seja ao “candidato calouro” ou ao político experiente, que não devem – nem podem – prescindir das melhores técnicas de pesquisa, comunicação e gestão de campanha. Sob pena de receber o “trote” das urnas, ainda que tardio.
Por Leandro Grôppo