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Há campanha sem recursos financeiros?

Uma campanha eleitoral necessita de recursos humanos, materiais e financeiros. Dentre esses, o financeiro é o mais importante por ser precedente aos demais. Mesmo a mais idealista das campanhas precisa de dinheiro para se viabilizar. A frase é forte, impiedosa e categórica, pois afronta a visão romântica de política, trazendo-a das alturas dos ideais para o mundo dos interesses materiais. Não se trata, porém, de contrastar a política do ideal contra a política do interesse.

Mesmo a mais idealista das candidaturas necessita de recursos financeiros para se viabilizar, assim como a campanha mais interesseira necessitará de uma mensagem nobre para vencer.

A raiz da questão, impossível de ser ignorada, é o fato de que qualquer campanha eleitoral tem custos. Sem meios financeiros para cobrir esses custos, não há campanha, ou, na melhor das hipóteses, não conseguirá superar o modesto estágio inicial, realizado por parentes e amigos, de maneira amadora.

O dinheiro tem o poder de converter-se em recursos de campanha (publicidade, transporte, contratação de profissionais, pesquisas, comitês, apoio ao trabalho de voluntários, etc). Somente com dinheiro a maioria das necessidades da campanha poderá ser provida. Além disso, uma campanha moderna e profissionalizada não dispensa a contratação de especialistas, que demandam investimentos. Por essa razão, é indispensável.

Dessa forma, levantar fundos para financiar a campanha, assim como planejar os gastos, são as primeiras atividades mais importantes de qualquer campanha, pela simples razão de que tudo o mais que se pretenda fazer vai depender da existência ou não de recursos. Dinheiro não ganha eleição, mas sem dinheiro não há campanha.

O dinheiro é o oxigênio da campanha eleitoral. Na falta dele, tudo o mais entra em colapso. Aliás, um dos sinais visíveis de que uma campanha “começou mal” é a falta de recursos para bancar as despesas iniciais.

Contudo, que fique bem claro, muito dinheiro não salva um candidato ruim, com uma campanha ineficiente que, desprovida de estratégia, aplique mal os recursos que dispõe. Embora pouco dinheiro faça milagres com um bom candidato em uma campanha competente. Neste caso, a quantidade de dinheiro a gastar é menos importante que como se gastar.  Exemplos de sobra confirmam tais afirmativas.

Uma campanha, pois, não precisa ser rica para ter sucesso. O que importa é contar com os recursos necessários para financiar sua estratégia política e comunicacional. Disputar uma campanha sem recursos é, portanto, uma forma de perder a eleição por antecipação. Não há campanha sem custos, daí a advertência que “sem dinheiro, melhor nem tentar”.

(Adaptado de politicaparapoliticos.com.br – Em “Campanha”)

Por Leandro Grôppo

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