Jornal Correio de Uberlândia – 23/10/2011
A campanha para vereador no ano que vem em Uberlândia será mais cara, na média, do que a da eleição municipal anterior em 2008. Ainda não há uma estimativa do reajuste, até porque o início oficial das campanhas será no segundo semestre de 2012, mas publicitários que trabalham neste nicho eleitoral em Uberlândia afirmam que o patamar de gastos de uma campanha com estrutura completa para tentar eleger um vereador em Uberlândia vai superar o patamar de meio milhão de reais.
Em 2008, uma campanha com este mesmo perfil não havia ultrapassado o limite de despesas de R$ 500 mil, de acordo com duas fontes especializadas em marketing político consultadas pelo CORREIO de Uberlândia.
Com limitações legais para fazer propaganda em muros e outdoors e para a utilização de canteiros e outras áreas institucionais, devido à proibição contida na legislação municipal, os publicitários dizem que os gastos aumentarão, principalmente por causa dos custos com contratação de mais pessoas, aumento dos deslocamentos e o consequente acréscimo de despesas com combustível e alimentação.
“Este valor para uma campanha grande para vereador inclui pesquisas, que custam dinheiro, e que determinam a maior aceitação do candidato nos bairros, material de divulgação, com santinhos, carro de som e vídeos para apresentações em locais fechados, além de investimento em ferramentas da web, como redes sociais”, afirmou o publicitário Paulo Fernando Borges de Souza.
Segundo ele, o gasto em divulgação na internet requer atenção. “Usar a internet engana muito. Tem gente que acha que vai ganhar a eleição com isso, mas é preciso ter filtro para alimentar o material de campanha na web e é preciso gente competente por trás”, disse.
O especialista em marketing político, com experiência vitoriosa em campanhas de cerca de 30 vereadores em Uberlândia e região, afirmou que já tem recebido potenciais clientes que têm intenção de serem candidatos. Ele, no entanto, prefere não afirmar quantos pré-candidatos já procuraram a agência. “Esse é um período de pré-campanha, de muita especulação, mas nos bastidores é a época de fazer o planejamento, porque falta menos de um ano para a eleição”, disse o publicitário.
Em outra agência especializada em marketing político em Uberlândia, também já há clientes que serão candidatos a vereador no ano que vem. “O trabalho já começou. É necessário ter uma base para constituir as candidaturas, porque as vagas (de vereadores) aumentaram, e aventureiros não têm mais espaço. Os eleitores querem saber quais são as propostas. O candidato precisa definir bandeiras, base de trabalho e estratégia”, afirmou o publicitário Adriano Gomides.
Mercado publicitário
O mercado publicitário voltado para o período eleitoral já atrai empresas de fora para Uberlândia. O especialista em comunicação e marketing político eleitoral Leandro Grôppo, que tem uma empresa em Brasília (DF), planeja iniciar as atividades também em Uberlândia em janeiro de 2012. “Neste momento, o planejamento é essencial. Além de dinheiro, um dos grandes fatores para um pretenso candidato é o tempo”, disse.
Grôppo integrou a equipe do ex-vice-presidente José Alencar e afirmou que já tem sido procurado por propensos futuros candidatos na região. “Em uma cidade de médio para grande porte como Uberlândia, o candidato precisa ter uma estrutura organizada. Não existe candidato do eu sozinho, ele precisa representar um grupo ou uma ideia”, disse.
Projeção de investimento contrasta com prestação de contas em 2008
A estimativa de gastos para a campanha da eleição proporcional em Uberlândia no próximo ano e o patamar investido por candidatos que não economizaram na hora de fazer a campanha em 2008 contrastam com a prestação de contas dos candidatos eleitos na cidade.
De acordo com o relatório contido na página eletrônica do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), 11 vereadores eleitos em Uberlândia fizeram a declaração individualizada de gastos de campanha. Em valores de 2008, sem haver a correção inflacionária do período, a somatória de todas as despesas dos 11 candidatos eleitos não superou o patamar dos R$ 500 mil. A soma deu um resultado de R$ 457.770,01. Com a correção monetária calculada pelo INPC, no período entre outubro de 2008 e setembro de 2011, o valor é de R$ 537.034,21.
A média de gastos dos vereadores eleitos em 2008 e que fizeram a prestação de contas individualizada, com a correção inflacionária, é de R$ 48.821,29 por vereador.
* 5 etapas de uma candidatura em uma eleição proporcional
– 1º Ser conhecido
– 2º Ser identificado pelo eleitorado
– 3º Ser comparado pelos eleitores
– 4º Ser lembrado
– 5º Ser votado
