Na mídia

Campanha de Zema atrai apoio de veteranos em MG

Folha de São Paulo – 26/10/2018

BELO HORIZONTE – A liderança de Romeu Zema (Novo) no primeiro turno em Minas Gerais, com 43% dos votos válidos, surpreendeu o próprio candidato, mas não seu marqueteiro Leandro Grôppo, há mais de 20 anos em campanhas.

Além de Grôppo, a equipe ao redor de Zema conta com um ex-presidente do Banco Central, Gustavo Franco, um vereador de primeiro mandato, Mateus Simões (Novo), uma servidora da Assembleia, Luciana Lopes (Novo), e empresários bancando a empreitada.

“Sabíamos que o potencial de crescimento de Zema era alto, a questão era o desconhecimento inicial dele. Na medida em que as pessoas o conheciam, nossa taxa de conversão era quase 100%”, diz o especialista em marketing eleitoral.

“A eleição nos surpreendeu. Estávamos otimistas. Mas, de terceiro lugar, chegamos em primeiro”, disse Zema à Folha de S.Paulo no dia seguinte ao primeiro turno. O senador Antonio Anastasia (PSDB), ex-governador, é seu adversário.

Apesar de filiado ao PR de 1999 até janeiro deste ano, quando entrou para o Novo, Zema concorre pela primeira vez. O empresário de Araxá (MG) é dono de um conglomerado de mais de 800 pontos de venda de eletrodomésticos, vestuário, concessionárias e distribuição de combustíveis.

“Fizemos diagnóstico do eleitorado e percebemos a demanda por alguém diferente, com capacidade de gestão, uma pessoa bem-sucedida, que não depende da política e nem cresceu financeiramente por isso”, diz Grôppo, que de 2004 a 2010 foi assessor de José Alencar, então vice-presidente de Lula (PT).

Para o marqueteiro, o fato de Zema ter colado em Jair Bolsonaro (PSL) já no primeiro turno, ao apoiar o presidenciável em debate da Globo, “ajudou, mas não foi só isso”. Após o debate, disparou. No segundo turno, mantém a vantagem: 68% a 32% no Datafolha.

O marqueteiro diz que o debate tornou Zema conhecido e que a aproximação com Bolsonaro, que não apoia nenhum candidato em Minas, “vinha sendo construída há tempo”.

Chegar ao eleitor foi um desafio. “Como não tínhamos tempo de TV, fizemos uma campanha de presença”, diz. Zema, que já rodava o estado para visitar suas lojas, esteve em mais de 200 cidades.

Na TV, eram seis segundos diários, além de oito inserções no horário eleitoral inteiro, somando 4 minutos e 11 segundos, contra 3 minutos e 20 segundos diários e 280 inserções de Anastasia. No segundo turno, o tempo é igual para os dois.

Com isso, foi preciso dobrar a equipe de campanha para produção de TV de 20 para 40 pessoas. A equipe de comunicação também foi trocada.

O segundo turno também trouxe mais verba: R$ 1,68 milhão dos principais doadores.

O Partido Novo, que não usa a verba pública do fundo eleitoral, contribuiu no total com R$ 990 mil. Salim Mattar, dono da locadora de carros Localiza e entusiasta do Novo, deu R$ 700 mil ao todo.

Ricardo Vicintin, presidente da Rima Industrial, que produz ligas à base de silício, doou R$ 300 mil. Ele é sogro do ex-deputado Bernardo Santana (PR), de família tradicional na política mineira. Zema o conheceu na pré-campanha e esteve com o empresário novamente em um jantar recente para apoiadores.

O próprio Zema, que contribuíra com R$ 35 mil no primeiro turno, investiu R$ 200 mil.

Segundo o vereador de Belo Horizonte Mateus Simões (Novo), eleito em 2016, os doadores apoiam “um estado que atrapalhe menos a produção e o empreendedorismo”. Responsável pela coordenação política de Zema, ele diz que os empresários não influem em decisões nem devem integrar a possível administração.

Simões diz que a campanha não definiu nomes para compor eventual governo. O vereador vem levantando pessoas na área de gestão pública. Paulo Brant, o vice, busca especialistas em fomento e cultura, suas áreas de especialidade.

O ex-presidente do Banco Central e cocriador do Plano Real Gustavo Franco migrou da campanha do presidenciável João Amoêdo (Novo) e montará a equipe econômica do eventual governo Zema –não se descarta que a integre.

Em nota à reportagem, afirmou que está adaptando as propostas de Amôedo a Minas, estado em grave crise fiscal.

“O deficit anunciado é orçamentário, mas o executado financeiro possivelmente é pior. Falamos de um estado que perde uma Cemig [estatal de energia] por ano.”

Fonte: https://www1.folha.uol.com.br/poder/2018/10/campanha-de-zema-atrai-apoio-de-veteranos-em-mg.shtml

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