Restando pouco mais de um ano para o início do próximo período eleitoral, inicia-se a época de balanços, questionamentos e indagações das gestões e mandatos municipais, tanto pela imprensa quanto pelos cidadãos. E é apenas nessa hora, quando a visão das urnas se aproxima, que muitos políticos pensam na sua imagem. Erro comum.
Um mandato bem planejado, em termos de comunicação, aproveita os quatro anos para informar e passar sua mensagem. Não apenas nos dois últimos, quando se busca recuperar o tempo perdido, ou corrigir uma imagem mal feita já formada na cabeça do eleitor. Seja para a tentativa da reeleição ou na eleição de um sucessor, o político deve falar, comunicar e se posicionar todos os quarenta e oito meses que tem no cargo. Algo fundamental, não apenas para o próprio, mas para toda a população.
A comunicação política é relevante para informar sobre as decisões que vão afetar a vida das pessoas. Eleitores bem informados são a base de toda democracia evoluída. Outros dois pontos cruciais sobre a importância da comunicação nos quatro anos são: eficácia e custos. A partir do momento que se elabora uma estratégia clara e eficiente para todo o mandato, se torna mais simples e barato ao gestor conquistar uma imagem sólida, positiva e ganhar a confiança do eleitor, comparado àquele que “comunicou” apenas às vésperas da campanha.
O gasto para um candidato ser conhecido em apenas alguns meses, durante o período eleitoral, supera em muito os investimentos de quem comunica desde o início da gestão e, assim, possui uma base de eleitores e uma imagem bem trabalhada. A correria para o “político de véspera eleitoral” passar sua mensagem em pouco tempo é imensa, assim como as chances de falhas e trabalhos mal feitos.
No imaginário do eleitor comum já existe a ideia que o político só “aparece de 4 em 4 anos para pedir voto”. Ou seja, além de ser ineficaz tentar comunicar apenas perto das eleições, também existe a resistência notória e crescente a quem tem por hábito esta prática. Em tempos de crises, numa sociedade altamente informatizada, a credibilidade dos homens públicos é colocada em cheque freqüentemente, um cenário que confirma a necessidade de uma boa estratégia para se sobressair na “batalha da comunicação”.
É necessário entender que a política não caminha sem a comunicação. Ambas possuem relação indissociável, necessária e relevante, tanto para o poder público quanto para a sociedade. Uma relação que é mais saudável e eficaz quando construída de forma transparente ao longo de todo o mandato. No final das contas, uma estratégia de comunicação bem feita desde o começo acaba por ser muito mais efetiva.
A metade do atual mandato de prefeitos e vereadores se passou, assim como muitas oportunidades de comunicação com os eleitores. Restando pouco mais de um ano para a próxima eleição, é fundamental perceber que é mais eficiente “falar” durante os quatro anos do que tentar “gritar” em apenas alguns meses.
Por Emílio Lins e Leandro Grôppo