O que fazer para ser eleito? Essa é a pergunta que vale um milhão, ou mais. A vitória eleitoral é algo que muitos tentam e poucos conseguem atingir. E por isso, é alvo de intensa discussão, estudo e preocupação, especialmente dentre os “marinheiros de primeira viagem” que, por vocação, indução ou outro tipo de interesse, galgam os caminhos da política para alcançar cargos eletivos de representação popular. Um caso que tende a crescer nas próximas eleições devido ao aumento do número de vereadores em muitos municípios brasileiros, fazendo com que mais pessoas se lancem pela primeira vez em uma disputa eleitoral.
Mas então, o que fazer? É bom que se diga que não há receita pronta, no entanto, há caminhos que obrigatoriamente são trilhados por aqueles que alcançam a vitória. Neste sentido o candidato eleito, necessariamente, terá passado pelas cinco fases de decisão do eleitor: conhecimento, identificação, comparação, lembrança e voto. Dessa forma ao candidato caberá: ser conhecido, ser identificado, ser comparado, ser lembrado, e, caso tenha se saído bem nas etapas anteriores, ser votado.
O primeiro passo, “ser conhecido”, é normalmente o que gera maior confusão, uma vez que na maioria das vezes o candidato parte do pressuposto de que é bastante conhecido por ter muitos amigos, ou pelo fato de aparecer na mídia, ou até mesmo por cumprimentar muitas pessoas nas ruas. Basta uma pesquisa, entretanto, para mostrar que, na maioria dos casos, o seu conhecimento fica muito aquém das expectativas. O conceito “ser conhecido” precisa sempre ser mensurado em função do eleitorado total e do “grau de conhecimento”. Nunca é demais repetir que ninguém vota em quem não conhece.
Além do grau de conhecimento é preciso saber “como” o candidato é identificado por aqueles que o conhecem. A imagem se refere a como o eleitor percebe a pessoa do candidato, sua mensagem, o que ele fez e o que ele representa. Ser muito conhecido por uma imagem negativa pode ser fatal. A identificação, portanto, é fundamental para que o eleitor passe à próxima fase: comparar com outros candidatos. Contudo, essa comparação só ocorre entre aqueles que o eleitor conhece e identifica – de alguma forma, como relevante para sua realidade pessoal.
Caberá à publicidade e a propaganda fazer com que o eleitor se lembre do candidato, especialmente no dia da eleição. Por isso é que muitos candidatos se utilizam da “boca-de-urna”, ainda que (agora) seja proibida. Porém, a lembrança só ocorre com quem é previamente conhecido e identificado. Não há lembrança de alguém que não se reconhece. E é por isso que muitas campanhas, por inexperiência ou equívoco, que partem do pressuposto de que campanha eleitoral é feita puramente pela publicidade, acabam gastando muito e, no entanto, obtendo resultados pífios.
E então, após conhecer, identificar, comparar e lembrar, o eleitor toma sua decisão de voto. Decisão essa que passa, ainda, pela análise do perfil e propostas do candidato, originárias de sua comunicação que, desse modo, é dependente de um bom marketing eleitoral.
Parece complicado? E é. Basta lembrar que apenas a minoria dos candidatos é que chega lá. Por isso, se trata de um trabalho que deve ser iniciado muito antes do período eleitoral. São raríssimas as exceções que em apenas três meses, a base de muito investimento e articulação, consegue passar por todas as fases com sucesso. O certo é que não existe receita, nem mesmo fórmula pronta que garanta a vitória de um candidato. Porém, ainda mais certo é que o caminho da vitória passa pela estratégia, planejamento e muito trabalho.
Por Leandro Grôppo