Jornal Correio de Uberlândia – 14/08/2016
A insatisfação com áreas como a saúde e educação deverão nortear as campanhas eleitorais neste pleito municipal. O debate também deve ser influenciado por pautas que vêm ganhando destaque nacionalmente, como a moralidade na política.
Contudo, o denuncismo também deve ganhar espaço. Os temas ainda terão menos tempo para serem abordados pelos candidatos a partir de desta terça-feira (16), quando inicia, oficialmente, o período de campanha eleitoral de 2016. Os 90 dias disponíveis em 2012 foram reduzidos para 45 em 2016. Além disso, o período de veiculação de propagandas em TVs e rádios também foi reduzido e caiu de 45 para 35 dias.
“As campanhas municipais são focadas nas realidades locais: serviços públicos, filas em postos de saúde, buracos nas ruas, falta de pontos de ônibus. Em cidades maiores, às vezes, há respingos de temas nacionais, que podem ser usados de forma secundária”, disse o especialista em marketing político, eleitoral e governamental Leandro Grôppo.
Em Uberlândia, um dos “respingos” que a oposição pode trazer para o debate político, ainda na avaliação de Grôppo, é o desgaste da imagem do PT, partido do prefeito Gilmar Machado. “Ele [Gilmar] foi eleito, em 2012, com a bandeira de que tinha porta aberta na Presidência, mas não conseguiu usar isso ao longo da gestão. Para piorar, há o desgaste do partido e o prefeito não trabalhou para desassociar sua imagem, até mesmo por ser da ala histórica do PT”, afirmou.
Corpo a corpo
Segundo especialistas, os candidatos devem apostar mais na propaganda corpo a corpo na hora de pedir votos. Isso porque, além da diminuição do período eleitoral, os candidatos ainda terão limitações para gastos e doações, que estão restritas a pessoas físicas.
É com base nesse quadro que o especialista em marketing político, eleitoral e governamental Leandro Grôppo afirma que, em 2016, os candidatos terão de gastar muita sola do sapato para conquistar, ou reforçar, o voto do eleitor. “A campanha deste ano será curta, tensa e a mais sem recursos dos últimos 20 anos. O candidato vai ter que caminhar muito, falar muito, mas ter um foco correto, porque o tempo é reduzido. Por isso, é importante a estratégia, para saber onde falar e o que falar.”
Internet
Dada a largada, a partir de terça-feira (16), candidatos irão às ruas, canais televisivos e redes sociais para o festival de pedidos de votos. Neste ano, a lei eleitoral proíbe a distribuição de brindes, como camisetas e bonés, a realização de comícios com shows de artistas, remunerados ou não, e a propaganda eleitoral por meio de outdoors, mesmo os eletrônicos. Também está vedada a pintura de muros e a instalação de placas, bonecos e faixas em vias públicas.
Por outro lado, o uso de carros com som está autorizado das 8h às 22h, desde que se respeite uma distância de 200 metros de prédios públicos, escolas e hospitais. Folhetos com propagandas para candidatos a prefeitos devem deixar de forma explícita a coligação de apoio, enquanto para vereador é necessário apenas a identificação do partido.
A propaganda em redes sociais está autorizada, desde que não seja paga. Também é permitida a veiculação de propagandas em mídias impressas, no limite de um oitavo de uma página de jornal, ou um quarto de página para revistas ou tabloides. E é obrigatória a divulgação do valor pago pelo espaço.