Seja qual for o tamanho de uma campanha, todas necessitam de um processo de planejamento estratégico como instrumento de marketing que estabeleça as ações mais importantes a serem realizadas, ou seja, a série de passos necessários para se alcançar a vitória eleitoral.
O planejamento estabelece os elementos imprescindíveis para a organização da campanha, justificados por uma seqüência lógica de atividades que evite possíveis erros e o desperdício de recursos e oportunidades. Trata-se de reduzir ao máximo as incertezas, gerando maior eficiência e competitividade, especialmente quando os recursos financeiros são escassos, fato comum nas campanhas eleitorais brasileiras. Nestes casos, o planejamento se torna mais do que necessário, pois à medida que os recursos são poucos, é preciso maximizar os efeitos de seu uso.
O planejamento estratégico de campanha é o processo gerencial que visa a coesão entre objetivos e ferramentas, de acordo com os riscos e oportunidades do mercado eleitoral. Para que tenha sentido, é necessário transformar as idéias em algo tangível, e é daí que surge o Plano de Campanha, documento que contém as diretrizes básicas que fixam o curso das ações.
O objetivo é propiciar que todas as atividades estejam inseridas no contexto do Plano, que tenham razão de ser e se definam perfeitamente a que se dirigem. Assim, em uma campanha, nenhuma ação deve ser casual ou proveniente de “receitas mágicas”, pois ao fazer parte de um todo, requer a maior racionalidade possível.
O Plano de Campanha contendo, dentre outros, o organograma, o cronograma e orçamento geral, se converte na etapa estratégica que guiará cada passo que deve ser dado, pois define o que se tem, o que se necessita e como otimizar os recursos da campanha (pessoal, financeiro, material e tempo). Para que seja exitoso, deve conter ainda a incorporação de análises, pesquisas e diagnósticos, que embasarão estrategicamente as ações desenvolvidas. Com a flexibilidade necessária para ajustar-se às circunstâncias e conjunturas, aproveitando oportunidades e corrigindo erros que possam surgir durante o processo.
Todas as fases de um Plano de Campanha terão um sentido racional que, sem ações casuais, terá como característica o profissionalismo, e não a improvisação que gera perdas e derrotas. Pois caso não haja a clareza necessária de onde se está situado e onde se quer chegar, a improvisação invariavelmente acabará por ocorrer, ficando a campanha à mercê da sorte, com resultados em sua maioria desastrosos.
Em um cenário em que cada vez mais é crescente a profissionalização das campanhas políticas em todos os níveis, implica na crescente necessidade do planejamento estratégico e do marketing eleitoral como armas do processo democrático. Também por esse motivo, o planejamento estratégico se coloca como algo irreversível, que separa a forma como eram feitas as campanhas de antigamente com a consolidação da moderna prática de campanhas que são gerenciadas por meios e técnicas científicas manejadas por especialistas.
Neste contexto, onde a comunicação política é definida mediante elementos gerenciais de posicionamento a partir do sistema de informação de marketing eleitoral, o tempo se torna peça fundamental, em que na imensa maioria das vezes o vencedor é aquele que mais antecipadamente inicia seu planejamento de campanha de maneira profissional e eficiente.
Por Leandro Grôppo