Muitas vezes políticos e candidatos são levados a adotar uma “solução caseira” em sua comunicação de campanha ou de mandato. Por solução caseira entende-se o uso de pessoas com algum conhecimento de jornalismo, publicidade ou marketing, disponíveis gratuitamente ou por um valor irrisório, trabalhando amadoristicamente com equipamentos domésticos, baixa informação em uma equipe improvisada, sem experiência de campanhas e sem autoridade para contrariar o político/candidato, mesmo quando esse esteja equivocado.
Há candidatos que se recusam a contratar profissionais externos, seja por uma ilusória economia, seja pela falta de conhecimento dos possíveis benefícios. Para eles, a mão-de-obra local é mais que suficiente para conduzir uma campanha. Contudo, com o processo de modernização das campanhas políticas, esta atitude intransigente certamente custará caro.
Certas técnicas e procedimentos de campanha, ou são garantidos na sua idoneidade e qualidade por profissionais com conhecimentos específicos, ou é melhor não praticá-las. Soluções caseiras, via de regra, não possuem a experiência e o conhecimento especializado para definir questões como o posicionamento da candidatura, pesquisas de opinião ou o foco temático da comunicação publicitária, aspectos fundamentais da estratégia e do marketing político.
É importante não se confundir campanhas caras com campanhas vitoriosas, atribuindo uma relação de causa e efeito entre os dois atributos. A vitória abençoa o bom candidato, preparado, comunicativo; a campanha moderna, eficaz; a comunicação focada e a estratégia inteligente.
Portanto, mesmo campanhas com poucos recursos podem – e devem – alcançar estas metas para vencer. Por outro lado, por mais rica que seja a campanha, não se conseguirá eleger um candidato ruim com uma estratégia mal feita.
O problema da “solução caseira” é que ela sacrifica a eficiência de uma campanha com recursos modestos, que estava ao seu alcance, pela “economia ilusória”. Trata-se, como se vê, de um conceito de economia vulgar, simplório e basicamente equivocado.
Deve-se tomar muito cuidado, pois, com soluções aparentemente simples e baratas. Elas existem, mas não podem ser encaradas como uma panacéia. Há áreas que a campanha tem que trabalhar com um mínimo de profissionalismo, até mesmo para que os recursos que nela foram aplicados possam produzir os resultados e efeitos esperados.
É preciso ter a consciência de que a solução caseira pode ser a mais barata, em compensação, é também a menos eficiente. Afinal, não há nada mais caro em política do que a derrota.
(Adaptado de politicaparapoliticos.com.br – Em “A publicidade em ação”)
Por Leandro Grôppo